Fronteira do seu com inferno: as diferenças coloniais da periferia a partir dos Racionais Mc's
DOI:
https://doi.org/10.62559/recam.v4i1.125Palavras-chave:
Racionais Mc's, Diferença colonial, biolócusResumo
O presente artigo explana parte do trabalho desenvolvido na disciplina de Literatura Comparada no PPGEL/ UFMS (Programa de Pós- Graduação em Estudos de Linguagens). Isso posto, o objetivo desse pensamento é refletir como o grupo de rap paulista Racionais Mc’s delineia o conceito de diferença colonial (MIGNOLO, 2003) por meio de sua inscrição biográfica nas letras de suas músicas, especificamente no álbum Sobrevivendo no Inferno, lançado em 1997. Ademais, considerando que as diferenças coloniais depreendem-se do epistemologia colonial/moderno aportado no pensamento helênico-cristão (LINHAR, 2024), consideramos a presença do tom catedrático-religioso na produção dos rappers. O título, enquanto referência direta à música “Capítulo 4, versículo 3”, dos Racionais Mc’s, apresenta como as fronteiras que dividem céu e inferno, sagrado e profano, são as mesmas que balizam fronteiras epistemológicas de categorização dos assujeitados. Explicitando a maneira como as diferenças coloniais são marcadas em corpos assujeitados por meio das letras dos rappers Racionais Mc’s, destacamos a inscrição de seu biolócus- bios=vida + lócus=lugar (Nolasco, 2015, p. 59). Isso posto, valemo-nos do pensamento de Walter Mignolo (2003, 2008, 2010), Edgar Cézar Nolasco (2015, 2021), Tiago Linhar (2024), Aníbal Quijano (2019), Enrique Dussel (1993).