Re-escrevendo uma gramática do corpo em A hora da estrela, de Clarice Lispector
DOI:
https://doi.org/10.62559/recam.v4i1.130Palavras-chave:
Gramática do corpo; Crítica biográfica fronteiriça; A hora da estrela; Clarice Lispector.Resumo
Este trabalho busca, a partir de uma perspectiva descolonial e fronteiriça, pontuar uma gramática outra do corpo não uma gramática moderna que valorizou e repetiu, grosso modo, a retórica de um saber único (universal). A gramática moderna, se, por um lado, reforça a importância sistematizada de conhecimento, por outro lado, a gramática da sensibilidade reitera a movimentação a partir do bios e do lócus de quem a pensa, nesse caso da fronteira-sul. Tendo por base a crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2015), queremos entender que tal visada de gramática tradicional moderna pode ser rediscutida e re-escrita de uma perspectiva que não partilhe de proposta teórica defendida pelos paradigmas moderno. Como propósito de re-pensar e re-escre(vi)vendo tal questão, aqui vamos nos valer do livro A hora da estrela (1977), da escritora brasileira Clarice Lispector, especificamente pelo contexto social e político no qual ele veio a público, e considerando que o referido livro faz parte de nossa discussão de Tese de Doutoramento em finalizada (NECC/PPGEL/UFMS). Com base na obra, nossa abordagem teórico-crítica volta-se para essa gramática do corpo entorno de uma gramática da descolonialidade (MIGNOLO,2010), cujos outros conceitos são desobediência, desprendimento (MIGNOLO, 2008); intercorporeidade (PESSANHA, 2018); pesamento próprio (KUSCH) e os de corpo-política e geopolítica (MIGNOLO, 2015) os quais configuram a gramática da sensibilidade aqui proposta.