Artista-Autista: arte como ato criativo e não como terapia
DOI:
https://doi.org/10.62559/recam.v4i1.145Palavras-chave:
Autista; Teatro; Neurodivergência; Artista.Resumo
Essa pesquisa tem como intuito investigar as relações de uma pessoa neurodivergente, principalmente autistas, sendo artista de Teatro e como as características dessa deficiência afetam o fazer e o criar artístico, de modo que cheguem ao ponto de serem considerados diferentes pelas formas diversas de processar e sentir o mundo. Sendo escrita por uma pessoa autista e TDAH, cursando licenciatura em Teatro, quero poder abrir caminhos para reflexões e escuta sobre não somente as minhas vivências como Artista-Autista, mas de várias outras pessoas que também experivivenciam essa mesma questão.Mesmo a Arte sendo, em sua maioria, “democrática”, com acesso à diferentes corpos, ainda têm notáveis pontos de falha na acessibilidade, levando em consideração que essa área e o resto do mundo não foram feitos para pessoas neurodivegentes e pessoas com deficiência (PCD). Portanto esta pesquisa busca investigar como nossos corpos neurodivergentes se relacionam com esse mundo sendo um corpo dissidente que segue sofrendo tentativas de “normalização” e perguntando como seria o nosso próprio “normal” dentro da produção artística e na área da educação. O trabalho tem como caminho metodológico a perspectiva descolonial para entender de onde vem essa raiz de padronização dos artistas e arte-educadores ao trazer autores como Marcos Bessa-Oliveira e Walter Mignolo; para entender como trabalhar esses corpos com o trabalho de percepção corporal utilizo a pesquisa de Klaus Vianna e para pensar aproximações com esses sujeitos no ensino de Arte, utilizo dos estudos da professora Kelly Queiroz. Tenho como objetivo analisar não somente as minhas experivivências, mas as de outras pessoas neurodivegentes nessa mesma situação. O objetivo ainda é o de produzir pesquisa de pessoas autistas para pessoas autistas, nós mesmos falando dos nossos próprios corpos e pesquisas, manifestando assim mais locais de representatividade para outras pessoas com TEA, trazendo maior visibilidade para as nossas vivências.