Teatro e neurodivergências: como o Teatro pode auxiliar no desenvolvimento sociocultural de crianças TDAH

Resumo

Este artigo, vinculado a um Projeto de Iniciação Científica – PIBIC-UEMS/CNPq (2024/2025) – investiga como a prática teatral pode contribuir para o desenvolvimento social, cognitivo, cultural e físico de crianças neurodivergentes, com foco no Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O estudo tem como objetivo central identificar práticas teatrais que possam ser aplicadas e adaptadas ao ambiente escolar, promovendo um ensino mais inclusivo, acolhedor e equitativo. A proposta também visa conscientizar professores e alunos sobre o TDAH, combatendo estigmas e evitando formas de segregação ainda presentes no cotidiano escolar. O estudo estabelece um diálogo com o pensamento descolonial, sobretudo a partir dos trabalhos do professor e orientador Bessa-Oliveira, valorizando a identidade cultural dos alunos sem reduzi-los a categorias excludentes. Também incorpora as contribuições de Kelly Queiroz e sua proposta de “Arte-mediação”, que enfatiza a experivivência de alunos e docentes para a produção de arte, cultura e conhecimento dentro do processo de ensino-aprendizagem, gerando aproximações entre esses e em como sendo um caminho para um ensino mais sensível e participativo. Serão exploradas práticas de Viola Spolin, com os jogos teatrais, e práticas de Augusto Boal, especialmente o Teatro do Oprimido, como instrumentos educacionais capazes de favorecer a expressão, a empatia e a inclusão de crianças com TDAH. A pesquisa utilizará ainda dados de fontes oficiais, como o Ministério da Saúde, para embasar a compreensão do transtorno no contexto educacional. Como resultado, espera-se produzir materiais de apoio voltados a professores, incentivando práticas inclusivas no ensino de Arte e contribuindo para o avanço dos estudos em educação especial, especialmente no que se refere à intersecção entre arte, neurodivergência e ensino.